João Cabral de Melo Neto, 103 anos

Alguns nascem e são esquecidos. Pena. Outros ficam porque sua vida ou sua obra se tornam memoráveis e resistem. Dizem que um grande – poeta, cantor, músico… – é assim escolhido por duas grandes proezas: ser admirado em vida pelo público que o acompanha ou na morte, sua obra resistir ao tempo e à mudança de público e o valor do que criara resignificar-se e persistir.
As palavras por si mesmas guardam beleza e por isso, ainda que o poeta paraibano João Cabral de Melo Neto nascido em 1920 não ocupe na mídia hoje a notoriedade que merece o dia de seu nascimento porque a mediocridade do mundo eleva à posição de importância gente desnecessária, que a verdade dessas palavras do poema “Morte e Vida Severina” nos confirme a atemporalidade da lição nelas aprendida: o chão que nos recebe na morte é a única herança que nos cabe neste mundo. Nada levamos. O resto, como diz o Eclesiastes, é vaidade.

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