CRÔNICA: O nome que Deus não te deu

Crônica: O NOME QUE DEUS NÃO TE DEU

Um dia, dizia G. K. Chesterton, haveríamos de precisar provar que a grama, que vemos ser verde, é verde. Esse dia chegou, senhoras e senhores.
Notícia veiculada em 16/10, em @editalconcursosbrasil, de Gabriela Cunha, afirma que foi preciso proibir, aqui no Brasil, que pais registrem seus filhos com estes 23 nomes acima listados. Sim, vc leu corretamente: cachorra, sem mãe, não consta, taturana. E os outros, impronunciáveis…
Pasmem, ou não… e agradeçam caso nenhum desses 23 nomes é o seu. Minha mãe se chama Simiona, nome paraguaio que ninguém quase conhece, e que ela acha feio, esquisito porque lhe disseram isso. Meu avô, católico ferrenho, colocou-lhe este nome porque ela nasceu no dia de São Simeão pela folhinha dos santos, dia 28 de outubro. Eu acho bonito por demais! Meu pai, como também todos sabem, tinha um nome diferente, Acil, de Asil, nome português de ascendência turca, uma das poucas coisas que recebeu de seu pai além do sobrenome, Mascarenhas. A vó o chamava de Acir e assim foi conhecido também por muita gente, tio Acir, seu Acir, Acir. Ele aceitava.
Imagino a cena: “Menina chegando na escola. Na hora da chamada, a professora diz:
– maiprechious…”
A  sala vem abaixo.
Porque vem, senhoras e senhores. Nome estranho ninguém perdoa. Nem criança. E mesmo que a explicação dela fosse maior do que a que dei para o nome dos meus pais, mesmo com fundo erudito para dizer que este é um epíteto que Golum obsessivamente usava para se dirigir ao anel do poder, ainda seria problema para a prof resolver e evitar choro, traumas, processos.
” – Mas, por que estou sendo processado, diretora?
– Porque seu filho riu e debochou do nome do amiguinho de sala. Isso é bullying!
– E que nome é esse?
– Capô de Fusca.”
Ainda bem que não é o caso, ninguém pode -ainda- registrar o filho com este nome.
E no final, veja o lado bom, caso você tenha problemas em aceitar seu nome, não gosta da grafia, acha ultrapassado, esquisito, agradeça, pelo menos, aos seus queridos genitores por não ter sido registrado com o singelo nome de cadáver ou calcinha.
MORAL DA HISTÓRIA: Não tem moral nenhuma nessa história…

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